NO DISC, NO FILMS

O segmento deste blog não é discos e filmes para baixar, embora eu farei comentários sobre discos e filmes que eu gosto e outros que eu não gosto mas acabei assistindo e extraindo algo de legal. Minha opinião pode não interessar para ninguém, mas... pensando bem, tem tanta gente por aí opina e escreve... sou apenas mais um. Apenas um aviso, meus comentários as vezes são corrosivos. Dizem na minha família que eu já nasci rabugento.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

INTERNET NOSSA DE CADA DIA

Eu juro que tento me ver daqui alguns anos. Além de mais gordo, chato e rabugento, fico imaginando como irei estar em termos de tecnologia. Tecnologia a gente pensa em telefonia móvel que também é assunto pra postagem, mas tentarei falar nesse momento sobre internet. Claro, pois tudo em termos de tecnologia, pelo menos para mim chegou tarde. Não reclamo, claro, chegou tarde, mas chegou.

Computador, lembro de quando perguntei a um amigo como fazia para eu ter um email, amigo aliás que é seguidor desse blog.

O divisor de água da internet foi de 1998 para cá. O que eu passava colecionando em termos de música, banda, fotos, letras de música começava a aparecer na tal internet. As músicas cifradas que tocávamos nas revistinhas vendidas na banca de jornal, revistas com o sistema Imprima de cifragem, poxa, começavam a aparecer na internet...


Sem contar que passamos pela era da internet discada, o modem fazia aquele barulhão absurdo quando conectava. As páginas carregadas demais com fotos, ou vídeos, a gente abria, enquanto ia carregando dava tempo de tomar um café, voltar e quando finalmente o site estivesse 100% apto para navegar, a conexão caía. Ainda tinha o pessoal que esnobava tendo duas linhas telefônicas em casa: uma para fazer e receber ligações e outra só para se conectar à rede mundial de computadores. Hoje os sites abrem num segundo.

Hoje o internauta digita qualquer coisa no Google e aparece uma página com o que tiver sobre o assunto, seja matéria escrita, notícia, foto, monografia, ebooks, vídeo, me pergunto, onde tudo isso vai parar?

Lembro de perguntar ao pessoal do escritório onde eu trabalhava, onde eu poderia achar fotos dos Beatles por exemplo. Mãe do céu lá pelos idos de 98 ou 99 achara um site em que encontravam se fotos até então desconhecidas por mim. A face colecionador dá as caras quando eu disse: Pô imprime isso pra mim.

A internet é mais ou menos aquele velho ditado: Usando bem, que mal tem? Ou seria melhor colocar um aviso no monitor: Aprecie com moderação. E quando a internet vira vício?

Logicamente, se a pessoa anda se afastando das pessoas reais cada vez mais, não sai mais, qualquer tempo em casa, já corre para o computador, não assiste mais um filme, não conversa mais com a família, compra pela internet, não liga mais uma TV, não vai a um cinema, a um espetáculo de teatro, pois amanhã ou em dois dias (alguma boa alma) joga no you tube mesmo... Pode usar o argumento: Em tempos de violência seria melhor ficar em casa mesmo... mas lógico!!! NÃO É E NUNCA VAI SER A MESMA COISA.

Respirar ar puro (ok, poluição eu entendo), mas ver pessoas, trajeto, pegar um ônibus, metrô, andar por aí... não faz mal a ninguém.

Um papo entre três alunos num ponto de ônibus esses dias, eu perto ouvindo e de uma certa forma incrédulo no que ouvia:

- E aí, você vai entrar hoje?

- Não sei, preciso pesquisar algo para o trabalho.

- Ah tudo bem, bom, se entrar me chama, eu vou estar jogando com fulano, beltrano e cicrano.

- Tendeu. (nova forma de falar Entendi)

Penso na minha infância onde eu gostava de sair de bike, jogar bola, curtir a noite com os amigos no portão, jogando taco na rua, não se vê mais esse tipo de coisa hoje. Não é só culpar os tempos de hoje, as crianças, a juventude está cada vez mais refém do computador hoje em dia. As pessoas estão mais preocupadas em ir a um show ou balada para postar as fotos no Orkut, ou Facebook.., e são sempre fotos do mesmo teor. Três ou quatro pessoas grudadas sorrindo e um bração esticado, logicamente do fotógrafo ou fotógrafa. Nada contra as pessoas postarem fotos de momentos inesquecíveis. Mas qual a real finalidade disso tudo? É sair estar com os amigos ou mostrar os lugares que freqüenta, o tipo de amigos que tem, as viagens que faz, com a principal intenção que tudo aquilo é para as pessoas verem? E se tratando de fotos, antigamente as pessoas mandavam revelar as fotos e as viam em um álbum junto com a família ou com os amigos, na cozinha, ou na escola, no ambiente de trabalho, hoje, precisa ter um computador ou notebook por perto.


A família moderna eu visualizo mais ou menos assim. O pai sentado na sala com o notebook vendo as últimas notícias do seu time, manda um scrap para a esposa (na cozinha xeretando a vida dos outros e vendo aquelas intermináveis apresentações de PowerPoint enviado por alguma amiga do trabalho com os títulos: Lindo, não vale chorar!; Essa é para você repasse) pelo Orkut pedindo sua cerveja, a esposa que responde com um singelo: vem buscar; curte um comentário da filha no Facebook e escreve com letra maiúscula: O JANTAR TÁ NA MESA E CHAMA O SEU IRMÃO; que está no quarto jogando e pede que deixe seu prato no microondas que ele se vira mais tarde, pois agora ele não pode deixar o jogo senão ele morre! Virtualmente claro.

Agora a moda é postar o dia a dia em redes sociais. Orkut e Facebook são os mais tops de exemplo de mau uso por parte dos usuários registrados. No Orkut existe um campo logo no início denominado status, para a pessoa colocar o que está pensando ou quer dizer. Alguns usuários postam uma frase para se pensar, ou colocam um vídeo, ou um link de uma notícia interessante, ou um pensamento profundo... até aí tudo bem. Mas tem gente que posta o dia a dia e fica: Oh que sono, acordei; Voltei do teatro; vou ao banheiro; oh que frio... Agora me pergunto: Será que o brasileiro avacalhou com a coisa e definitivamente não sabe usar as redes sociais ou é o jeito brasileiro de se comunicar via web? Pior que essas postagens são os comentários e (curtições) dos amigos. Internauta diz: Oh que preguiça, tenho que ir trabalhar. Os amigos curtem, comentam e tornam a postagem pior do que a idéia de quem postou.

Isso que eu não falei dos malditos aplicativos tipo joguinho da fazenda, moedas, responder uma pergunta estúpida sobre um amigo, recentemente tenho visto aplicativo que pegou a mulherada de jeito: horóscopo! ... é duro dividir espaço na internet com gente assim.

Como eu já falei, sou rabugento, eu sei. Mas para mim, postar esse tipo de comentário, dor de cabeça, oh que calor, oh que frio, que tédio, isso para mim é falta de conteúdo e desperdício de tempo. Postar fotos de viagens ao fundo do mar, é ostentação. Acho legal quando são fotos tipo (momento em família), isso é legal. Postagem de vídeo, matéria, artigo, que seja foto, tudo bem, mas algo que vá acrescentar algo de positivo, informativo, reflexivo ou cultural a outra pessoa (que no caso seria o seu público alvo).


5 comentários:

  1. Excelente esses comentários. Realmente a evolução foi muito rápida, e não tem mais comos segurar. Mas as pessoas estão cada vez mais fechadas em si mesmas, apesar de aparentemente se abrirem nessas postagens sem muito nexo dentro das redes sociais. Mas não podemos negar que a internet veio revolucionar todos os conceitos que aprendemos durante nossa vida. Como voce disse, chegou tarde, mas chegou..... Parabens pelo blog
    Wilton

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    1. resposta mais do que atrasada, desculpe rs. Obrigado pela visita e comentário

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  2. Well. gostei muito do seu post... Mas eu não consigo HOJE conceber um mundo sem internet.
    Aliás, sem internet, como teríamos blogs, vc e eu neh...

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    1. O post é de 2011, é legal reler algumas coisas que escrevi alguns anos atrás. Eu também hoje não consigo me ver sem internet, sem um celular que acesse a internet. Bom, pelo menos consegui me livrar das redes sociais, rs. Eu precisava disso. Obrigado pela visita e comentário.

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  3. Obrigado pela visita e comentário, desculpe a demora da resposta, rs.

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