quinta-feira, 23 de maio de 2013

Andar de ônibus. Um dia tu passa por isso!

Andar de ônibus para muitas pessoas é um transtorno, é chato, é desagradável... mas por outro lado pode ser até cômico. Crianças então fazem um estardalhaço ao passar por baixo da roleta e fazem de tudo para ir no “banco alto”.  Uma vez uma queria porque queria ir no banco alto na companhia do pai, como eu estava sentado no tal “banco alto”, a criança já foi na janelinha. Passados cinco minutos, ela vira para mim e dispara: “Você vai descer onde?” Praticamente foi a mesma coisa que: “Dá para você sair daí logo?”.  Hehe, claro, nem liguei, era uma criança. Como também já vi idoso dizer: “Sai daí que eu quero sentar!”. Que fique entendido que está no seu direito, lógico, mas falando com esse carinho todo...
Em São Paulo antigamente a responsável pelo transporte coletivo era a CMTC: Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, empresa que meu avô carinhosamente chamava de Com Merda Também se Corre. Os ônibus tinham as cores azul e branca. Depois de muito tempo passou a ser vermelho, era como viver em uma cidade de extrato de tomate, ou para o finado prefeito Jânio Quadros, dizia: “Magnífico, me sinto em Londres!”. Até andou circulando por aqui uns ônibus de dois andares, porém não era em todo lugar que tinha, pois viviam se enroscando nos fios da rede elétrica. Como tudo no Brasil ganha apelido, os ônibus de dois andares foram apelidados de Fofão. 

Bem antigamente, o passageiro subia pela porta de trás e descia pela porta da frente. Mas geralmente ao parar em um ponto, quando o ônibus abria a porta de trás para subir mais passageiros, sempre tinha um esperto que pulava ou descia a passos rápidos para não pagar passagem. Este que vos escreve só fez isso uma vez. Tá, duas. Mas foi porque eu tinha ido pro centro e gasto tudo em disco, acabei ficando sem o da condução. Passou o tempo, o sistema mudou, hoje se sobe pela porta da frente e desce pela porta de trás.
Motorista quando corre é uma maravilha, ao pegar um ônibus com motorista que “chinela” o acelerador, tome muito cuidado e segure no balaústre: aqueles ferros que parecem pole dance que tinha na novela das nove. É, esse mesmo. Ou se estiver sentado/a torço para que não esteja no último banco. Motorista que corre geralmente passa rápido por lombadas e ao fazer a curva ajeita os passageiros do fundão.
Em São Paulo pelo menos, criaram o bilhete único. Com R$ 3,00 (até dia 23 de maio de 2013 – disseram que vai subir, só não sei quando) o passageiro pode pegar até 3 ônibus diferentes. Num final de semana, dá pra ir à casa dos parentes, ver as crianças, filar um almoço e voltar antes do jogo do Curinthia. O bilhete único substituiu o antigo passe, vale-transporte de antigamente. Vale ressaltar que na minha época de Office boy, ao receber a cartela de passes do mês, eu sempre vendia os passes, as banquinhas na cidade compravam por um valor menor que o do passe, claro, mas pelo menos eu nunca ficava sem dinheiro. Passes viravam discos, cigarro, ficha de fliperama ou um hot dog quando a fome apertava. 

Em algumas cidades o pessoal reclama que alguns passageiros escutam música no celular sem fone de ouvido. Isso foi uma coisa que surgiu depois dos celulares com mp3. Pelo menos nunca vi um idoso com o radinho de pilha ligado antigamente, além do motorista algumas vezes.
E por falar em celular: ah, a grande coisa do momento! No celular hoje dá pra levar a vida inteira. Fotos, músicas, agenda, internet (hoje quando se entra no ônibus é um festival de gente rindo por estar vendo facebook ou então lendo o blog do Baratta como o leitor, amigo, comentarista e sócio da casa Robert Moura já fez), o aparelho é tão magnífico que até faz e recebe ligações. Lá por volta de 1998, ou 1999 algo assim, a telefonia móvel começaria a se popularizar com o plano pré-pago. Lembro-me de uma vez, numa época que não era qualquer um que tinha celular, um barulho toca e alguém sacou o celular do bolso e começou a conversar. Não teve quem não olhou para a figura, o ônibus inteiro olhou pra pessoa. Uau, ela tinha um celular. Ao passo que hoje... é difícil um ônibus em que não tenha pelo menos 4 a 5 pessoas falando no celular ao mesmo tempo. Coisa que interfere na minha leitura, se eu estiver lendo, tenho que guardar o livro pois não consigo me concentrar. E os papos sãos os melhores. “É, fulano sai hoje por bom comportamento”, ou então “Tira a carne da geladeira pra quando eu chegar e põe o lixo”. “Onde eu deixei o relatório? Tá na segunda gaveta ao lado da calculadora”.  “Não você não sabe. Aí eu liguei pra ele de novo, liguei o dia inteiro, aí ele mandou mensagem”. Ou então “não, to no ônibus não tenho onde anotar, peraí: Pão, manteiga, molho de tomate...”. Agora a historieta que fecha com chave de ouro foi eu atender uma ligação do meu encarregado lá final dos anos 90 quando eu... sim: eu já tinha meu primeiro celular pré pago. O burrão aqui colocou no viva voz. (não usarei nomes verdadeiros). No viva voz eis que sai: “Alô Junior, você cagou no banheiro de cima?” “O Fulano (gerente da empresa) entrou lá e quase morreu, perguntou quem tinha cagado lá!”. Desliguei o telefone, abri o sorriso pra senhora que estava ao meu lado e disse: “Deve ter sido engano”. 





terça-feira, 21 de maio de 2013

Skowa e a Máfia - Um show eletrizante!



Virada Cultural é sempre uma expectativa, pois sempre a partir de abril, eu pelo menos começo a procurar informações para tentar traçar um roteiro do que, onde e como assistir. A programação esse ano saiu meio em cima da hora, mas em tempo.
Antes da programação completa, o maravilhoso Serviço Social do Comércio, ou melhor, SESC divulgou sua programação na Virada Cultural de 2013. Na unidade do SESC Belenzinho o Projeto Álbum faria uma maratona com Wilson das Neves, Tarancón, Skowa e a Máfia e Zeca Baleiro. O Projeto Álbum resgata discos clássicos dos artistas e bandas nacionais. Projeto do qual eu comentarei outro show em breve.
Porque essa postagem eu vou comentar sobre o show do Skowa e a Máfia.
Skowa – músico, produtor, atuou à frente da banda entre 1987 e 1991. O primeiro álbum é de 1989 “La Famiglia” o álbum do show que eu assisti no último domingo. A banda estourou com os hits “Atropelamento e Fuga” e “Amigo do Amigo” que fez parte da trilha sonora da novela global “Sexo dos Anjos”.
Skowa e a Máfia é uma banda que surgiu quando esse que vos escreve estava começando a compor e tocar violão. Sou fã e tenho os dois CDs que ouço no meu trampo. O show de domingo abriu com Skowa falando: “Quem tá aqui que lembra como eram os shows da Máfia, pode ficar a vontade, perder a vergonha e vir aqui pra frente e dançar junto com a gente. Esperamos que vocês divirtam-se como a gente sempre se divertiu e vamos nos divertir essa noite!”. Esse foi o início do show com a maravilhosa “Atropelamento e Fuga”, sucesso do disco de 1989. A banda, composta por Skowa – voz e arranjos, Tonho Penhasco – guitarra, Che Leal – vocal e percussão, Bukasa Kabengele – vocal, Tuba Abrão – guitarra, Kiki Vassimon – Baixo, Janja Gomes – Percussão e samples, Marcio Guimarães – Teclados, Reginaldo – Trompete, Tiquinho – Trombone e James Muller – bateria, fizeram da comedoria do Sesc Belenzinho uma saudável e animada pista de dança executando com precisão, arranjos originais das canções do disco de 1989. Impossível ficar parado no show da Máfia. Skowa, muito simpático, contou a origem de cada música. Quem não conhecia a banda passou a ser fã. Quem já conhecia, como eu, passou a ser mais fã ainda a ponto de esperar por novos shows. No repertório tocaram “Amigo do Amigo (Tráfico de Influências)” (a música que me levou a ser fã da banda ainda lá em 1989), “Deus me Faça Funky”, “Assim Passam as Horas”, “Estação São Bento”, “Tudo Chato, Tudo Errado” entre outras.
Segundo o Wikipédia, a banda voltou à ativa em 2006. Finalizando a postagem, algumas fotos do show e os dois vídeos que eu fiz, desculpem a tremedeira, mas eu filmei, dançando e cantando.



no momento não estou conseguindo colocar os vídeos aqui, mas são esses links abaixo.  
copie o link e cole na barra de endereço do seu navegador.  

http://www.youtube.com/watch?v=FA7UYitPBgQ
http://www.youtube.com/watch?v=ox-5qlbozm4

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Virada Cultural 2013 - São Paulo



No próximo fim de semana, dias 18 e 19 de maio acontece a 9ª edição da Virada Cultural em São Paulo. São os dois dias em que a cidade respira arte. Esse ano vários nomes conhecidos da música nacional e internacional fazem parte da programação que pode ser acessada através do link http://viradacultural.prefeitura.sp.gov.br/programacao/completa
Entre os nomes mais conhecidos estão os de George Clinton, Wanderléa, Odair José, Sidney Magal, Ângela Ro Rô, Luiz Caldas, Fafá de Belém, Fagner, Raça Negra, Almir Guineto, Jorge Aragão, Daniela Mercury, Gal Costa, Zeca Baleiro entre outros espalhados entre as 18h do sábado dia 18 e as 18h do domingo dia 19. Além da música, na Praça da Sé o tradicional palco do Stand Up, as ruas que viram praticamente pista de dança com os DJs, teatro, oficina de Grafite, oficina de escultura em jornal, festival de games, teatro de bonecos, games e mais uma infinidade de atrações.
Não perca.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mudando de casa



Não o Blog do Baratta não vai mudar. 
Mudança de casa é mesmo uma coisa extremamente desagradável. As vésperas de 2014, juro que não sei como não inventaram algo mais prático como no desenho antigo dos Jetsons. A pessoa entrava em uma espécie de uma redoma e já aparecia no outro lugar. Mas vivemos como há dez mil anos atrás. Infelizmente a saída ainda é encaixotar tudo, separar o que é cama, mesa, banho, colocar tudo em um caminhão e pé na estrada... Ainda creio que pessoas normais tiram isso de letra. Mas no meu caso, como eu me classificaria? Um amante da música, fã incondicional de artistas e bandas e projeto de colecionador metido a besta. Então no meu caso, além de ajudar a mamãe a separar as coisas da casa, eis que eu vou separar as minhas coisas.
Separar o que é livro, CDs, DVDs, vinis (os importados e xodós foram transportados em uma caixa só pra eles, não são muitos, mas todo cuidado é pouco), fitas k7, fitas VHS (algumas eu até joguei fora, pois não convinha mais guardar), materiais específicos, ou seja, minhas coleções de revistas, pôsteres, jornais, pastas dos Beatles, pasta do Elvis, pasta do Roberto Carlos, Michael Jackson, botons, fotos e claro, as revistas MAD, Chiclete com Banana, as Playboys, Fiestas, Ele e Ela, Penthouses, tudo descrito acima que minha mãe carinhosamente chama de LIXO! Colecionar faz parte de mim. Sinceramente tem hora que dá raiva de ver tanta coisa e pensar: Mas como eu fui capaz de juntar tudo isso? Pensando por outro lado, daria um bom acervo pra um futuro Centro Cultural Baratta. Com toda renda revertida pra mim, claro.
Pra começar, ninguém estranho coloca as mãos nos meus discos. Então além de pagar a mudança, acabei eu carregando boa parte do que era minha parte.
Mudar de casa é quando se acha coisas que, até recentemente, eram dadas por perdidas.
No final de sair da casa velha, desligar o telefone. Computador eu tive que desligar um dia antes da mudança. Aí começava a maratona de pelo menos uns vinte dias sem internet. Quando digo a palavra SEM, é SEM mesmo. Acesso uma vez ou outra, mas quando não se está no próprio computador, não se fica a vontade.
O que fazer nesses dias sem internet? Arrumar toda a tralha na casa nova. Passaram-se vinte dias e eu não arrumei tudo do jeito que eu quero do jeito que eu quero. E eu fico pensando em tudo que estou perdendo esses dias sem contato virtual. Pra começar, um show do RPM que teria entrada franca teve sua data mudada, fiquei sabendo um dia antes da nova data, como tinha compromisso não fui. Esses dias eu bem poderia ter sentado e ter produzido textos para os blogs, mas nem isso. Isso sem contar os emails que eu não vi, horas e horas no facebook que eu não passei: Sim, sou um dependente daquela merda! Orkut: Sim, eu ainda tenho conta lá e não esqueci a senha e entro até hoje. Os blogs dos amigos, o Fórum EP FANELVIS, You Tube, sem contar pesquisas e mais pesquisas do mundo da música, discos, teatro, filmes... Nesses dias sem internet, comecei a assistir uns DVDs meus, e pasmem, tem muita coisa que tenho e que não assisti. Mais uma pergunta vem a mente: Pra que raios então eu baixei ou comprei tal filme ou show?
Nem tudo tem o lado negativo. Consegui pelo menos dessa vez colocar, a exemplo do leitor, amigo e praticamente sócio do blog: Robert Moura, um som no quarto pra ouvir com fones de ouvido. Outro ponto que nem tudo está perdido, nova casa, novos ares, novos desafios (agora moro mais longe do trampo), bom, o caminho no ônibus eu to lendo mais meus livros.
Existem pessoas que adoram mudar de casa, grupo do qual definitivamente eu não faço parte.