quinta-feira, 25 de julho de 2013

SP ROCK 70 - Exposição - EU FUI

Conforme falamos aqui no dia 07 de fevereiro, a Exposição São Paulo Rock 70 no Sesc Belenzinho, lá fomos eu e um amigo. Uma verdadeira viagem no tempo para amantes do vinil, do rock, de fotos e tudo que faz parte do movimento que pegou em cheio nos anos 70. Ao chegar no SESC, onde tem de tudo um pouco, a caminho do espaço onde rolava a exposição, passamos por um pavimento onde dava plena visão para a piscina. Paramos por um momento pra apreciar a vista, tanto que a quantidade de bundas e corpos estilo (violão) que vimos, por um momento permitiu o comentário: O que a gente tinha vindo fazer aqui mesmo? Ah, a exposição...
Por mais que algumas pessoas insistam em saudosismo, coisa de velho, essa exposição foi um presente para nós. Muitas capas de discos expostas de bandas como Joelho de Porco, Mutantes, Casa das Máquinas, O Terço, Tutti Frutti, Gil e Rita Lee, Moto Perpétuo (creio que o primeiro registro fonográfico com Guilherme Arantes), Patrulha do Espaço, Sá & Guarabyra, Raul Seixas e bandas que eu desconhecia (ponto negativo pra mim e bilhete pra mãe assinar).
Ver vários LPs de perto provocam todo tipo de comentário. Comentários como o meu: “Esse disco é loco, eu já peguei um na mão”, comentários que ouvi lá “Esse eu tenho até hoje”, “Tava escutando esse antes de sair de casa”, assim também como comentários animadíssimos de gente que além de não apreciar o vinil os deprecia: “Olha tia aqueles discão antigo que o tio Creyson tinha”, quando escuto um comentário com esse teor perto de mim, sinto o equivalente a uma tijolada no meio da espinha, é duro viu?
Depois foi a vez dos compactos. Esses sim, mais raros do que LPs, pois geralmente a música do compacto (single) não entrava nos LPs.
Caminhando pelas capas de disco, uma fusão entre (chamarei de conservadorismo) + inovação + tecnologia + de um excelente bom gosto. Uns quatro pufs, daqueles que permite a pessoa quase deitar e desligar do mundo num merecido descanso, uma mesa de centro em formato de um LP de vinil, (a minha cara) e na mesa de vinil quatro mp3 devidamente presos com fones de ouvido da marca AKG tocando sucessos das bandas que montaram o cenário do rock paulista na década de 70.
Andando mais um pouco, um painel muito bem feito reunindo as principais reportagens sobre as bandas, shows, lançamentos em discos, notícias das principais revistas, jornais destacando a imprensa musical da época. Isso só reforça o meu pensamento que nasci em época pra lá de errada. O visitante mais rockeiro de espírito que também sente vontade de ter vivido tudo aquilo vai entender o que eu digo. Olhando o mural vi uma reportagem ou chamada de show: “Terço se Une a Mutantes Para Lembrar Beatles”, a reação que eu tive foi: “Caralho! Quando?”. Lógico, esse pobre infeliz que vos escreve nasceu em 1974, pela formação da foto que postarei logo a seguir, deve ter sido 75 ou 76. Ou os shows no Teatro 13 de Maio, Ginásio do Ibirapuera, Teatro Bandeirantes. Um amigo do meu lado solta o comentário: “Eu vivi tudo isso”. Eu também comentei: “Maldito!”.  Mais adiante TVs de LCD contando um pouco da história do rock nacional dos anos 70 em imagens, outra TV de LCD contando quem eram os fotógrafos do rock, quem acompanhou de perto todo o movimento, tema da Oficina: Fotografia de Espetáculo. Os fotógrafos foram peça fundamental no registro não apenas da foto, mas de comportamento, impacto e resposta de público. As gerações futuras jamais viverão um movimento com tanta intensidade, assim como na Jovem Guarda, Tropicalismo.
Um pouco mais adiante, expostas as capas de discos, mais capas como o “Tudo foi Feito Pelo Sol” dos Mutantes, Zé Rodrix, entre outros. Na saída, um livreto com a ficha técnica da exposição, curadores, fontes de pesquisa e tudo mais. Uma exposição que eu gostaria de ver de novo.