quinta-feira, 28 de setembro de 2017

TV fora do ar




Não bastasse as mídias de música migrarem do analógico pro digital, a TV também teve o seu sinal analógico desligado e começou nesse ano a transmissão por sinal digital. Pô, eu sou do tempo em que a antena ficava no telhado e alguém subia e ficava gritando lá de cima, e agora? Melhorou? E a pessoa de dentro de casa respondia: Agora tá tudo chuviscado, opa, péra, melhorou, melhorou... Isso me lembra o filme do Jerry Lewis “Rock-A-Bye-Baby”, no Brasil “Bancando A Ama Seca” em que Jerry Lewis dá vida ao personagem Clayton Poole que trabalha como antenista. Ou então o Ursulão da Turma do Pica Pau dizendo para a família que “não ia gastar 25 pratas para alguém instalar uma antena no telhado”, concluindo que “eu mesmo vou fazer isso” dando início a uma sucessão de trapalhadas que toda vez que assisto ao episódio, acabo rindo. Também sou do tempo do bom bril na ponta da antena interna. Nunca tive sorte com esse item! A localização das casas que eu morei, a posição da antena, (não, péra!!!  A avenida Paulista tá pra lá...) e colocava a antena em direção sabe-se lá pra onde. Nos anos 80, tarde da noite ainda era possível assistir alguma coisa que prestasse, como um filme, ou uma entrevista, ou saber do que acontecia no Brasil e no mundo... Ok, tudo isso existe até hoje em dia. Mas o formato de programação no geral eu vejo como saturado hoje em dia. O plim plim continua insistindo na fórmula que o mais importante da vida do telespectador é a novela. Telejornais cada vez mais reduzindo o tempo das notícias, programação infantil praticamente inexistente e como se não bastassem as novelas, séries e minisséries com a mesma turminha das novelas, preenchendo quase 90% de toda a grade. Emissoras de propriedade de igrejas evangélicas, passou de certa hora é só testemunho de gente que tava morando na rua e de repente recebeu o pagamento de uma dívida antiga e reergueu a empresa, tem carro importado e os filhos já estão estudando na Europa. A TV aberta hoje em dia está uma lástima. Da TV paga então, filmes repetidos, séries que só estudante de ensino médio consegue acompanhar, canais de música, canais de humor com um monte de coisa repetida... O formato da TV tanto paga, como aberta já esgotou para mim já faz um tempo. Já faz um certo tempo que não acompanho nada, não assisto nada, tanto que nem para a minha casa (onde eu tenho sim ainda TV de tubo), não comprei conversor nem nada. Ver telejornal pra ver só desgraça e atrocidade? Esperar um bom filme sendo que todos que eu gosto eu já tenho em DVD, que eu posso assistir a hora que eu quero? Acompanhar novelas onde a inversão de valores, mau exemplo, argumento tendencioso, quando não o merchandising aparece no meio do texto de forma forçada... Ou aprender com as novelas que no Egito antigo já existiam os extintores de incêndio??? Já devo ter falado isso em outro texto por aqui, pois eu me lembro de ter digitado isso: Muitos amigos já falam em substituir a assinatura de uma operadora de TV a cabo por uma plataforma digital. A TV hoje em dia é algo pra mim em que eu não dependo da programação, eu assisto o que tenho em DVD e está bom demais. 

Pra terminar essa matéria, os vídeos de Clayton Poole como antenista e Ursulão "economizando" as 25 pratas. 


 


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

O Futuro dos Blogs????

No dia 02 de outubro esse blog deste que vos escreve completará seis anos de existência. Levando em consideração que em 2016 eu praticamente nem passei por aqui, podemos então arredondar a idade para cinco anos. A minha leitura de cabeceira na adolescência foi muita revista como Chiclete com Banana do Angeli, MAD, Playboy (geraçãozinha xvideos jamais saberá como era tenso esconder as playba embaixo do colchão), revista do Casseta e Planeta (eram mais engraçados que no programa do plim plim), entre outras. Algumas dessas revistas tinham uma sessão meio jornalística. Por volta dos meus 20 anos tive a ideia de fazer um jornal, bem rústico chamado Folha da Noite, com foto que eu achava interessante e montar uma matéria engraçada em cima. As vezes leio as coisas que eu escrevia e muitas vezes até acho que eu era até mais criativo do que hoje. Mas enfim, com a internet e o veículo blog em 2011 resolvi colocar pra fora (calma) as minhas ideias, pensamentos, críticas e opiniões sobre tudo o que eu achava legal em falar. Descer a lenha em Big Brother (que eu não sei o que essa porra faz no ar até hoje), ou em programas como o The Voice com aquela fórmula pra lá de esgotada (destruir grandes sucessos com caras, bocas, gemidos e grunhidos desnecessários e sempre quem ganha já é amigo do amigo do amigo do amigo do amigo do amigo), ou as séries (andam tão em moda agora na década de 2010, onde eu não sei o que esse povo que assiste faz da vida, uma vez que eu não consigo acabar de assistir o Batman de 1966, a primeira temporada com o Adam West e o Burt Ward), tudo isso até parecia ser legal de fazer em um blog. Porém, fica reclamando muito, aí a gente vira o chatão da internet. Então resolvi falar também dos discos, filmes que eu gosto, shows que eu fui, shows que eu não fui, livros que eu li, exposições que eu visitei, escrever sobre os blogs dos amigos (puxa, isso sim me dá um imenso prazer, pois o trabalho dos amigos me interessa bastante) seria trazer o Mundo do Baratta para a internet? Talvez. Mas o legal é que nesses cinco anos eu tentei escrever de tudo um pouco por aqui e vou continuar escrevendo.
O público de blog caiu bastante nos últimos tempos. Basta ver pela barra lateral direita que as últimas postagens, dos blogs ativos, uma semana, um dia, 4 dias, duas semanas, dois meses, cinco meses, quatro anos... O blogueiro desanima, mas não deixa a peteca cair.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Acumulador Digital



Quem nunca baixou um filme, um CD, um DVD, uma música que seja, que atire a primeira pedra. Resisti por muito tempo na transição do formato LP para CD, do VHS para o DVD, por muito tempo enquanto pude. Com o passar do tempo, muitos títulos não eram mais fabricados e lançados aqui no Brasil. O tempo foi passando e só se ouvia: só importado, ah isso só em DVD, só em CD importado e por aí vai. O vinil mesmo foi fabricado pela última vez aqui por volta de 1997. A era digital chegava com força aqui e acabávamos ficando sem muita opção. Tive uma das primeiras frustrações quando fiquei sabendo do acústico do Paul McCartney. Um amigo meu me apresentou o material em fita e disse: Ah, meu irmão gravou de um amigo dele, isso só tem em CD. O Beatles Live At BBC também; se quisesse só em CD. Vinil só importado. Anthology então, vinil só o importado e triplo, só pra patrão. O último do Roberto Carlos a ser lançado em LP foi o disco do final de ano de 1996. Os sebos começavam a ficarem lotados de LPs, VHS, compactos... De 1996 até por volta de 2002, era a época de conseguir LPs raros, originais de época e por preços convidativos. Por outro lado, o digital ganhava força com os downloads disponíveis. Uma pessoa tinha um CD, ou DVD e jogava em um servidor para outras pessoas baixarem, ouvirem e decidir se comprava também o original ou não. Mais ou menos na mesma época, em qualquer boa feira sempre tinha uma barraca de CD. Caso não fosse possível encontrar CDs nas feiras, os CDs piratas eram facilmente encontrados nos melhores camelódromos do ramo.  Os CDs originais nas lojas eram caros e na barraquinha era possível comprar uns 3 pelo preço de um da loja. Claro, sem encarte, sem a parte gráfica. Pouco antes a febre eram as fitas k7 piratas que tomavam conta do mercado informal de música. Por volta de 2005 ou 2006 conheci o tão famoso download através do Orkut. Eu queria baixar um cd do Rod Stewart que eu não tinha, então pedi ajuda em um grupo no Orkut para entender como fazia para baixar um disco. Eu que sempre fui apaixonado pelos LPs, confesso que por volta de 2002, 2001 não tinha me animado nada com alguns CDs que era forçado a comprar como o Let It Be Naked dos Beatles, ou o Acústico do Roberto Carlos, ou até o Beatles Live At BBC. Aquela letra miúda no encarte, o papel brilhante que qualquer descuido já ficava as marcas de dedos, a caixinha de acrílico que facilmente quebrava... Cheguei a pensar: Esse é o futuro de colecionar música? Na era do download, muitos títulos que jamais tinha saído oficialmente, era facilmente encontrado nas redes sociais e fóruns especializados em música. Dos Beatles então uma coleção que me chamou atenção foi a A/B Road (83 CDs dos ensaios do projeto Let It Be). Do Roberto Carlos, muitas músicas que só haviam saído em compactos (claro que há muito já estavam fora de catálogo), os discos em espanhol, os discos em italiano e muitas músicas extraídas dos especiais de fim de ano. Ainda dos Beatles, para cada disco lançado oficialmente uma versão “alternate edition” com os takes que não entraram nos discos oficiais. Do Elvis, muitos e muitos shows gravados para a RCA e não lançados oficialmente, uma infinidade de outtakes dos discos oficiais também. E espaço pra armazenar tudo isso? Quem baixou na época e salvou, está sossegado até os dias de hoje. Quem baixou, ouviu e deletou, provavelmente nunca achou de novo para baixar. O downloader geralmente baixa mais do que escuta ou assiste. O download hoje perdeu força, comparado com alguns anos atrás. Hoje as plataformas digitais estão aí e a pessoa faz um serviço de assinatura e assiste filmes, programas de TV que perdeu, baixa CDs inteiros... O digital está tentando matar o analógico faz tempo e parece que está conseguindo. Muitos amigos meus já falam em cancelar suas TVs a cabo e muitos já tem suas smartTVs (ok, minha TV ainda é de tubo), onde podem assistir as coisas on line ou então em um pen drive. Eu fico pensando: qual será o futuro do colecionismo?