NO DISC, NO FILMS

O segmento deste blog não é discos e filmes para baixar, embora eu farei comentários sobre discos e filmes que eu gosto e outros que eu não gosto mas acabei assistindo e extraindo algo de legal. Minha opinião pode não interessar para ninguém, mas... pensando bem, tem tanta gente por aí opina e escreve... sou apenas mais um. Apenas um aviso, meus comentários as vezes são corrosivos. Dizem na minha família que eu já nasci rabugento.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Meu Top 10 discos



Muito antes de aprender a tocar violão, por volta de 1989, algo que sempre me chamou atenção e sempre teve um significado muito especial foi o disco de vinil. Muito mais que fita k7, que ainda era possível montar sua coletânea preferida, a chamada playlist, hoje em dia. Com o disco de vinil eu decorava muito mais a sequência das músicas do que com o CD. Sem contar a capa, encarte (quando vinha) e todo o manuseio, lendo as informações do selo, os selos icônicos como o da CBS dos anos 80, da maçã (Apple) dos Beatles, ou o Nipper com o gramofone da RCA. No caso específico da CBS, o desânimo total quando a partir de 1991 veio aquele selo vermelho, tentando imitar o selo americano da Columbia, mas que ficou feinho demais aqui em terras brasileiras.
Hoje resolvi escrever sobre os discos que mais me marcaram em todos os tempos, discos que ouvi e que conheço cada segundo de cada música. Discos que formaram meu gosto musical. Essa ideia surgiu ainda quando eu usava uma rede social e foi proposto pelos amigos eleger o seu top 10 de discos. Como não consegui resumir em dez discos, acabei fazendo um segundo top 10, que aumentou para top 12, o que fugiu um pouco da regra mas, não dava pra deixar de fora. Talvez suba para top 13 a segunda parte. Mas hoje falarei pelo menos da primeira parte do meu Top 10 de discos. Seriam meus discos de cabeceira.
1º. The Beatles 1967/1970
Coletânea dupla que muitos fãs chamam de disco azul. O importado americano e acho que japonês tem em vinil azul que é a coisa mais linda. Esse foi meu primeiro disco dos Beatles. O disco traz boa parte do que foi lançado de 1967 até 1970, portanto, a segunda parte da carreira da banda. Então posso dizer que conheci primeiro a segunda fase da banda. Fui conhecer a primeira fase quando entrava na aborrescência. Esse disco tem uma história curiosa. Tínhamos esse disco em casa e um dia minha tia (irmã do meu pai) falou algo como: Ah, você tem esse dos Beatles, me empresta. Numa primeira oportunidade que fui a casa dela peguei o disco de volta. Não, eu não ouvia o disco direto, mas comecei a ouvir mais na curiosidade de conhecer aquele disco que me chamou atenção pela capa. Mesmo que ainda eu não soubesse quem era John, Paul, George e Ringo, muito menos identificá-los na capa, pois eu tinha algo em torno de 6 ou 7 anos. O disco traz mais singles, as músicas de compacto e traz também algumas que estão espalhadas em alguns discos. Mas depois ao conhecer tudo a partir do Please Please Me, aí a coisa ficou séria.

2º. Roberto Carlos 1978
Esse também tem uma história curiosa, pelo menos pra mim. Meu pai aparece com esse disco, eu já devia ter visto o RC na TV e embrulhando esse disco para presente dizendo que eu tinha que dar esse disco na noite de natal para meu (amigo secreto – costume cafona na minha família) para meu tio (irmão dele). Deve ter me batido um pensamento do tipo: Ah, talvez ele não queira e eu fico com o disco pra mim. Estamos falando de 1978 quando eu tinha 4 anos. Não me lembro se tinha ouvido o disco até então, ou se já tínhamos um compacto desse disco e o (disco grande como eu chamava o LP) tenha me chamado atenção. Tudo isso e um pouco mais fez com que esse disco fosse um dos que mais curto do RC e por ter um valor sentimental. Embora eu não tivesse idade para entender algumas letras como A Primeira Vez, ou Mais Uma vez, Tente Esquecer, Fé, Vivendo Por Viver...

3º. Elvis Presley – Elvis Today de 1975
Outro disco curioso também porque nele não estão os sucessos como Blue Suede Shoes (que talvez seja minha preferida dele até hoje), nem Don´t Be Cruel, Heartbreak Hotel, Burning Love, Kiss Me Quick, nem My Way ou Sylvia. O disco foi gravado em 1975, como diz o Renan “depois disso só em Graceland...”,  é um disco com bastante elementos country, todas as músicas tem potencial para serem grandes sucessos. Do disco eu destaco todas, pois não pulo uma faixa. Esse é um dos discos do Elvis por qual eu tenho um carinho mais que especial. A jumpsuit que ele usa na capa é algo que passei a vida inteira vendo em todos os seus detalhes. Uma história curiosa foi que na Elvis Experience (maior exposição sobre Elvis que já se viu no Brasil) com itens vindos diretamente de Graceland, eis que veio essa roupa dessa capa. Poder tirar foto de todos os detalhes dessa jumpsuit, posar para foto do lado dessa roupa, pra mim representa mais do que ter ganho sozinho na mega sena.

4º. Roberto Carlos 1969.
Outro disco que fez parte da minha infância, aqui tem um Roberto mais (roqueiro) do que no disco de 1978. Anos mais tarde fui entender que o (roqueiro) era na verdade um disco bem puxado para a soul music. O que o RC conseguiu com esse disco, foi uma fórmula começada bem timidamente em algumas faixas do disco de 1966, por mais que teimem que foi no disco Inimitável de 1968. Esse é outro disco o qual eu ouço também sem pular uma faixa. Alguns anos depois consegui comprar o CD, mas não é a mesma coisa. Quando você gosta muito de um disco que conheceu no vinil, ao conseguir o CD é a mesma sensação que levar uma baita gostosa pro motel, deixar ela peladinha na cama e bater punheta. Tem graça nenhuma. Fiquei com a cópia que tinha na infância, toda riscada, capa rasgada até que muitos anos mais tarde consegui a primeira prensagem em stereo. Anos depois fui saber que tinha um pôster na versão mono... o pôster ainda eu não tenho, mas ter esse disco inteiro já é uma grande coisa pra mim.

5º. KISS  - Creatures Of The Night 1982
Eis que esse fã de Roberto Carlos, Beatles e Elvis, aos oito anos vê uns caras mascarados na TV. Pedi para meu pai comprar esse disco sem ter a mínima ideia de que som a banda levava. Era diferente de tudo que eu tinha ouvido até o momento. Ou, talvez tenha visto o clipe de I Love It Loud, veiculado sempre no Som Pop. Por causa desse disco acabei virando fã do KISS e através do irmão de meu amigo vizinho de infância que também tinha outros discos do KISS acabei conhecendo um disco ou outro, até começar a trabalhar e comprar meus discos. KISS é algo como Elvis e Beatles, quando aparece algum disco nos mercados livres da vida tá o olho da cara.

6º. Led Zeppelin IV
Lembro que conheci esse álbum numa fita k7 original que meu pai deve ter trazido pra casa e era pra venda ou qualquer coisa assim. Conhecer Led com esse álbum foi algo inesquecível. As pedradas Black Dog, a contagiante Rock n Roll, a perfeita junção entre o acústico e o metal pesado Stairway To Heaven, Misty Moutain Hop com a bateria trovejante do John Bonham, me fez correr anos depois atrás dos outros discos da banda. E sim, também virou uma banda do coração.

7º. Deep Purple – Machine Head
Nem é preciso dizer que depois que conheci o KISS, conhecer coisas mais pesadas como Zeppelin e Purple foram consequência. O Purple não me lembro muito bem se já tinha ouvido a Smoke On The Water inteira ou só conhecia o riff, mas acabei gostando do disco todo. Ao saber das circunstancias em que o disco foi gravado no hotel, as historias da banda do Blackmore e o Gillan sempre em pé de guerra, as fotos da parte interna do disco nas sessões de gravação, e conhecer o Purple com esse disco ou com o clipe da Perfect Strangers (anos mais tarde) mas com a mesma formação, é algo inesquecível. Purple se tornou a banda do coração também. Com essa formação apenas.

8º. Beatles – Abbey Road
Por mais que o Let it Be seja o último disco lançado, esse é o último disco gravado pelos Beatles. Foi um dos discos que comprei com meu primeiro salário e um dos discos que tenho o maior carinho. Que aliás completa 50 anos agora em 2019. A capa, se a gente analisar, é uma foto tão simples, mas é uma das melhores capas de todos os tempos. Por mais que os Beatles não estivessem sempre juntos nas sessões de gravação, por mais que não se dessem muito bem no final das contas, podemos dizer que nesse disco fecha a discografia oficial da banda com chave de ouro. Impossível não amar esse disco.

9º. Arnaldo Baptista – Lóki?
A primeira vez que ouvi esse disco eu não gostei. Era diferente de tudo que eu tinha ouvido até então. Um disco que é uma obra prima. Dor, sofrimento e superação nas letras. Um disco rock que não há guitarras. É emoção pura, é entrega do Arnaldo. Se tornou um dos discos que eu mais gosto. Grande emoção foi encontrar o Arnaldo na loja Baratos Afins e pedir para ele autografar esse vinil pra mim.

10º. Mutantes e Seus Cometas no País dos Bauretz
Conheci Mutantes e Arnaldo através de um amigo, através de uma ou duas fitas k7 gravadas a partir de discos do seu irmão mais velho. Mutantes com toda sua irreverência, experimentalismo, originalidade ao compor e gravar suas músicas, esse é o último disco com a participação da Rita Lee. Esse é um disco que ouço sem pular uma só faixa também. Mutantes também se tornou uma banda do coração.

Bem pe, pessoal esse é o meu top 10 (primeira parte) dos discos, dos meus discos de cabeceira. Espero que tenham gostado. Abraços e até a próxima postagem que pretendo fazer em breve da segunda parte dos top 10.



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