O Brasil perde mais um gênio, a cultura perde mais um gênio, o humor perde, a literatura perde, a música perde, o povo brasileiro perde. Quem me conhece sabe que eu trabalho na parte da tarde. Sendo assim, durmo tarde e acordo tarde. Pois bem. Para mim o começo do dia é lá pelas duas da tarde. O meu começo de dia hoje foi marcado pela tristeza. O rádio ligado em casa e a notícia veio por esse meio de comunicação, talvez o mais antigo, o mais ágil segundo um dos meus professores de faculdade, o rádio. A notícia era algo assim: Morreu agora às 14h52 de hoje Chico Anysio.
O rádio foi o primeiro meio de comunicação que Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho trabalhou. Humorista, ator, dublador, escritor, pintor e compositor, comentarista esportivo, Chico fez de tudo um pouco e fez muito bem. O homem que deu oportunidade a tantos humoristas iniciantes como Tom Cavalcanti, Mauricio Manfrini (o Paulinho Gogó), entre tantos.
Sua família, os filhos, todos estão na TV, atuando, todos com talento. Mas Chico foi o cara. Na casa de uma tia minha, tinha uns discos que eu sempre pedia emprestado e enrolava para devolver, eu e minha mania aficionada por discos. Dois discos eram de Chico Anysio. Discos de stand up, um de 79 e outro de 80. Muito antes de toda essa molecada que se acha humorista porque conta piada para uma plateia, o Chico já fazia isso e muito mais. Fazer o que ele fez, humor sem apelação, numa época de ditadura, não é para qualquer um. Chico já deixa saudade. Uma extensa obra em livros, discos, programas de TV, ah... a TV.
Porque um artista como ele foi colocado na geladeira? Porque ele não tinha espaço mais na Globo como nos tempos do Boni? Foi sabotagem? Deixaram que o homem, o mito, a lenda, o gênio não trabalhasse? O artista quando é privado de exercer o seu ofício pode entrar em depressão, fica muito triste. O Brasil mata seus ídolos depois tentam ressuscitar a todo custo. Do mesmo jeito aconteceu com Dercy Gonçalves que morreu falando: “Eu quero trabalhar, me pagam para eu ficar em casa”.
209, sim o leitor leu o numeral certo, duzentos e novos personagens foram criados por Chico Anysio. Quem não se lembra de Justo Veríssimo, Azambuja, Bozó, Professor Raimundo, Cascata, Haroldo, Salomé (que tinha um telefone para falar com o ex presidente João Batista Figueiredo), Nazareno, tantos e tantos personagens que nos traziam uma alegria ímpar.Chico Anysio, um gênio sem igual.
Só soube da notícia hoje de manhã lendo o jornal enquanto tomava café. Grande perda mesmo, posso dizer que conheço o Chico Anysio por TV, disco e livro. Só mesmo no Brasil pra um cara desse nível ficar na "geladeira" enquanto a qualidade (ou falta dela) de pessoas que se dizem humoristas e ocupam espaço na TV é sofrível.
ResponderExcluirEu ia copiar um trecho dessa sua crítica pra colar aqui no meu comentário,mas percebi que teria que colar o texto todo, assino embaixo de tudo que escreveu sobre ele.
Como diria o Profeta: Agradeço aos que me ouviram e saúdo aos que me escutaram.
Valeu, Chico! Pode ter certeza que eu te ouvi e te escutei!
é, depois eu vou te passar o que o nosso (guru) Otacílio D´Assunção colocou no facebook ontem em relação a geladeira da Globo com o Chico. Eu falei um monte lá também... É aquela coisa né mano? É triste, isso acaba com o cara, não duvide que muitos dos artistas em depressão acabam no Retiro dos Artistas... E a geladeira não é uma exclusividade das Organizações Globo somente, se formos analisar mais friamente, é geral. Eu ainda vou postar fotos de dois discos que tenho dele. Um deles eu tenho em mp3.
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