Nos anos 90 enquanto a minha geração se enfurnava na Toco, na Contramão, na Over Night dançando os poperô, devidamente trajados com suas calças bag, cabelos poodles e ombreiras, eu bem ficava enfurnado na minha casa redescobrindo Janis Joplin, Deep Purple, Led Zeppelin, Mutantes entre outros. Hoje gostaria de falar um pouco sobre o Deep Purple. Não, não virei o fã que tem todos os discos, que tem uma penca de documentários, um monte de vídeos, até porque a banda está na ativa até hoje e já passou por algumas mudanças em sua formação ao longo de sua historia. Hoje em dia da formação original mesmo só está o baterista Ian Paice. Jon Lord faleceu em 2012. E Ritchie Blackmore saiu e remontou o Rainbow, voltou ao Deep Purple e hoje em dia leva adiante o seu Blackmore´s Night. Há quem diga que Deep Purple sem Blackmore não é Deep Purple, tá bom eu sou um dos que diz isso. Mas confesso que curti o álbum Come Taste To The Band com o Tommy Bolin de 1975.
Conheci Deep Purple através do lendário e já falado tantas vezes aqui
no blog, programa de videoclipes Som Pop na TV Cultura. Me lembro que era no
sábado no final de tarde. Eu que pensava em ser músico, embora não tocasse
nenhum instrumento ainda, assistia com bastante atenção o clipe de Perfect
Strangers do Deep Purple de 1984. O disco foi lançado em setembro de 1984. Não
lembro ao certo quando o clipe entrou na programação do Som Pop, mas com
certeza eu tinha por volta dos dez anos de idade. O clipe tem um clima legal de
ensaio, banda no estúdio (algo que para mim se tornaria algo que eu faria
bastante nos anos seguintes) sempre fui rato de ensaio e gravações. Como
músico, digo que curto mais o ambiente de estúdio que o palco (ainda mais hoje
em dia que tocar em barzinho é a maior furada de todos os tempos). Porém eu
(com meus dez anos) na época não imaginaria que aquele clipe retratava o
reencontro da banda. Alguns discos do Deep Purple são obrigatórios para todo
mundo que gosta do bom e nunca velho rock n roll. A começar pelo Machine Head,
onde a história de gravação do disco já vale o disco inteiro. A história está
na letra da canção “Smoke On The Water”. Tudo bem que o Steve Morse tem um
belíssimo trabalho, é um guitarrista de mão cheia e lidera a guitarra do Purple
desde a primeira metade dos anos 90 até os dias de hoje. Mas Ritchie Blackmore
é Ritchie Blackmore. Ian Gillan continua mandando muito bem sim senhoras e
senhores, Gillan é Gillan.
(TABELA COPIADA DO WIKIPEDIA)
Fase I "MK I"
(1968-1969) |
·
Nick Simper - baixo
|
Fase II "MK II"
(1969-1973) |
·
Ian Gillan - vocais
·
Roger Glover - baixo
|
Fase III "MK III"
(1973-1975) |
·
Glenn Hughes - baixo,vocais
|
Fase IV "MK IV"
(1975-1976) |
·
Tommy Bolin - guitarra
·
Glenn Hughes - baixo,vocais
|
(1976-1984)
|
O grupo esteve separado.
|
Fase II "MK II", reunião
(1984-1989) |
·
Ian Gillan - vocais
·
Roger Glover - baixo
|
Fase V "MK V"
(1989-1991) |
·
Roger Glover - baixo
|
Fase II "MK II", nova reunião
(1992-1994) |
·
Ian Gillan - vocais
·
Roger Glover - baixo
|
Fase VI "MK VI"
(alguns meses em 1994) |
·
Ian Gillan - vocais
·
Joe Satriani - guitarra
·
Roger Glover - baixo
|
Fase VII "MK VII"
(1994-2002) |
·
Ian Gillan - vocais
·
Steve Morse - guitarra
·
Roger Glover - baixo
|
Fase VIII "MK VIII"
(2002-atualmente) |
·
Ian Gillan - vocais
·
Steve Morse - guitarra
·
Roger Glover - baixo
|
A tabela acima eu copiei do Wikipédia, pois as formações do Deep Purple
me confundem um pouco, não vou negar. A formação que eu mais gosto é a segunda
por causa dos discos “Machine Head”, “In Rock”, “Fireball” e “Who Do We Think We
Are” e o “Made In Japan”.
Da segunda formação além dos discos eu destacaria em vídeo um show na
Dinamarca em 1972 e uma apresentação no estúdio Granada em Manchester na
Inglaterra.
A terceira formação também é algo pra se reverenciar pois tem álbuns
excelentes como o “Burn”, “Stormbringer” e o “Made In Europe”. Também temos a
frente Glenn Hughes no baixo e David Coverdale nos vocais ¬¬. Não dá pra falar de Deep Purple e não falar do
lendário “California Jam”. Ian Paice e Jon Lord contaram o que aconteceu no
“California Jam” no documentário “Deep Purple Pionners Of Heavy Metal”
(excelente documentário por sinal).
O “California Jam” foi um festival que aconteceu no dia 06 de Abril de
1974 e contou com bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Eagles, Emerson, Lake
and Palmer, Seals and Crofts, Earth, Wind and Fire, entre outros. Todo grande
festival com grandes nomes da música sempre atrasa. Só que o California Jam
tudo estava adiantado. Foi dito que o Deep Purple seria a primeira banda a
entrar com os holofotes, pois era um festival de dia inteiro. Alguém falou para
a banda algo como: Ok, agora é com vocês. Então o Ritchie disse que não iria
entrar. Os organizadores do festival disseram que iriam buscar um delegado para
colocar Ritchie no palco. Ian Paice conta no documentário “Pionners Of Heavy
Metal”: Então nós o escondemos!!! Durante o show, a câmera de TV filmava de
perto toda a performance da banda e Ritchie pedia para a câmera se afastar um
pouco mais durante o show todo. No final Ritchie acaba quebrando sua Fender
Stratocaster na câmera, quebra a câmera e põe fogo em uma parede de
amplificadores Marshall e joga destroços dos amplis e da guitarra para o
público. Outra frase que retrata bem o que foi esse show que eu copiei do
Wikipédia é: “A
silhueta do guitarrista em frente às chamas do amplificador é uma das cenas
mais poderosas de toda a iconografia do rock.” . O B.O. foi
tamanho que quando as autoridades foram atrás do Deep Purple eles já tinham
saído de lá em um helicóptero.
Dos vídeos disponíveis no You Tube eu gostaria de compartilhar alguns aqui com vocês.
Ian Gillan, o Jesus Cristo Superstar.
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