Documentário é documentário. Porém a delimitação do tema
(como meu ex professor da faculdade falava) é uma característica primordial da
matéria, ou documentário, ou texto, filme, etc. Em Living in Material World
(Vivendo no Mundo Material) documentário sobre George Harrison assinado por
Martin Scorcese, não faltam informações e revelações.
Algumas cenas quase me levaram as lágrimas. Como por
exemplo, Paul e George assinando os papéis da dissolução dos Beatles e um
repórter na frente do prédio da Apple na Saville Row dizendo que os Beatles não
existiam mais. Em outros tempos, isso já seria motivo para eu parar o DVD e
abrir uma (ampola, como diria o meu amigo Robert Moura) para afogar as mágoas.
Dissolução dos Beatles é um desconforto enorme para mim. Há os depoimentos dos
irmãos de George, que falam da fase do começo dos Beatles, Paul McCartney,
Ringo Starr, George Martin, porém também Eric Clapton que fala bastante da
amizade com George, Klaus Voorman, Astrid Kirrchher, o produtor Phil (crazy /
the wall) Spector, o filho de George, Dhani Harrison, o Monty Phyton Eric Idle
, enfim, todos que passaram pela vida de George, fizeram amizade e realmente
conviveram com o Beatle.
É ressaltado bastante o lado espiritual de George. Não é um
documentário que enfatiza o disco a disco, produção de clipes (os clipes do
George sempre foram bem produzidos e mereciam destaque no documentário), mas
ressalta como foram feitas algumas composições como Here Comes The Sun, My
Sweet Lord, Awaiting on You All, entre outras. As casas em que morou, os
casamentos, a fase Ravi Shankar, o Concerto para Bangladesh, o incidente quando
um maluco invadiu a sua residência, os Travelling Wilburys, enfim, um mega
documentário. Mas o beatlemaníaco que assistir vai querer mais, sempre mais.