Elvis não morreu.
Essa frase já foi dita mais de um milhão de vezes. Há
quem acredite que ele realmente não morreu e está escondido em Graceland. Provas
de que o rei do rock não morreu existem aos montes. Cheque que ele assinou após
a data de sua morte, foto em que uma sombra de alguém atrás da janela, parecia
muito com Elvis. A verdade é que muitas pessoas se lembram do dia de sua morte e
quase nunca do dia em que ele nasceu, 08 de janeiro de 1935.
O rei do rock, o pai do rock, são tantos os títulos mas assim como Roberto Carlos, Elvis nunca usou uma coroa em sua cabeça. O ex-chofer da empresa Crown Eletric (companhia de energia elétrica local).
A primeira lembrança que tenho de Elvis é o disco Elvis Today de 1975, junto com mais dois discos: o Welcome to My World (coletânea de março de 1977) e o Elvis By Request (Specially For Brazil). . Certo dia, ladrões entraram em casa e levaram algumas coisas, alguns discos, os do Elvis foram no meio, junto com alguns do Roberto Carlos, mas tudo bem, comprei quase tudo de novo.
O disco Today é de 1975 e não traz os rocks iguais os da
década de 50, nem as canções feitas para as trilhas sonoras de seus 33 filmes,
nem gravações ao vivo. O disco foi gravado nos estúdios RCA em Hollywood. O
disco traz rock, country, canções de amor. Elvis vivia um momento em que sua
gravadora a RCA já reclamava da quantidade de material ao vivo.
1. "T-R-O-U-B-L-E" (Jerry Chesnut)
Bem
diferente da Trouble conhecida do filme King Creole, mas não deixa de ser um
rock envolvente e bem ao estilo Elvis anos 70. Piano martelando as notas,
bateria com Mr. Ronnie Tutt destruindo tudo, baixo muito bem marcado, guitarras
impecáveis e no final, Elvis subindo a voz uma oitava acima mostrando a todos
porque sempre seria e é lembrado o rei do rock.
2.
"And I Love You
So" (Don McLean)
O
romantismo dá as caras nessa canção. Violões, bateria, coral de fundo... Há
quem diga que nesse momento Elvis está cantando pensando em Priscila, seu maior
amor. Não duvido muito, pois escutamos Elvis aqui com um grande sentimento ao
cantar. A interpretação dele é impecável. Dessa música existe uma versão ao
vivo no disco póstumo Elvis In Concert. Elvis na gravação disse a namorada da
época Sheila Ryan: “Agora vou cantar para você, garota”.
3. "Susan
When She Tried" – (Don Reid)
Uma das
melhores definições que eu já li sobre Elvis nos anos 70 li no livro Elvis
Presley – Vamos Dar Uma Festa do Ayrton Mugnaini Junior da Editora Nova Sampa
1993. “Bem disse o amigo e biógrafo Jerry
Hopkins: Nos anos 50 Elvis desafiou o sistema; nos anos 60 Elvis foi cooptado
pelo sistema; nos anos 70 Elvis era o sistema.” Depois de um rock, uma
balada o disco dá espaço para o country. Muito diferente dos countries que se
escuta hoje em dia. O country com Elvis é country pra nenhum cowboy colocar
defeito. Aliás, o disco ainda contará com mais algumas canções no mesmo estilo.
A canção fala que nada é melhor de (Quando a Susan Tentou) seria um comparativo
das amantes na vida do autor da canção. Que pegando Elvis como exemplo, mulher
ele tinha pra escolher mesmo, rs.
- Woman Without Love – (Jerry Chesnut)
Um homem sem amor é somente a metade de um homem. Mas uma mulher não é
absolutamente nada. Forte não? Esse é o refrão da canção que fala de uma mulher
despida de seu orgulho, que tenta esconder, porém na hora de dormir vem o chôro
por não ter um amor. A canção tem uma subida de tom o que dá uma atmosfera toda
especial na música.
- "Shake A Hand" – (Joe Morris)
Seria
essa canção em ritmo de blues? Eu classificaria como um blues sim. A canção
fala de estar junto com a pessoa, para todo tipo de situação. (Eu vou ficar
perto de você, eu vou cuidar de tudo, deixe me saber e eu estarei lá). Os
metais arrebentam no refrão.
Lado B
- "Pieces Of My Life" (Troy Seals)
Elvis
aqui está com um copo de whisky. Pelo menos na letra da música, pois Elvis não
bebia. Mas aqui ele está com um copo cheio de whisky conversando com Deus. Sim,
Elvis conversando com Deus. Ele diz estar olhando para o passado, as coisas que
ele viu e fez é difícil de contar. Mas ele não está se confessando, ele está tentando
achar os pedaços de sua vida. E o pedaço que ele mais sente falta, Ele, o
Senhor, sabe quem é. Após a gravação desta canção, o eterno Beach Boy Brian
Wilson entrou no estúdio, pois estava gravando em um outro estúdio ali perto.
- "Fairytale" – (Bonnie Pointer / Anita Pointer)
Country
em alto astral narrando uma partida em mais alto astral ainda. É uma conversa
(ali com a mão na maçaneta) com a pessoa amada. Dizendo que foi um erro estar
lá (sabe se lá quantos anos), mas as palavras (Você me usou, você me enganou, é
melhor que eu saia por essa porta, eu acho que estou melhor sozinho do que com
você), vixe, issae. Dá boi pra elas não rei.
- “I Can Help” (Billy Swan)
A Super
Herói (Canção de Roberto Carlos) do Elvis The Pelvis. Elvis diz que está ali
pra tudo, tudo mesmo. Inclusive se a criança da moça precisar de um pai, ele
estará lá. Eu posso ajudar, outra parte diz que (quando vou dormir, você é
sempre parte do meu sonho). Em alguns temas vemos a semelhança de alguns temas
e de tipos de abordagem com o Roberto Carlos. Coisa de rei. Billy Swan o autor
da música era amigo de Felton Jarvis, o produtor. Reza a lenda que Felton deu a
Billy as meias de Elvis usadas na gravação.
- "Bringin' It Back" – (Greg Gordon)
Uma das
canções que eu mais gosto do disco que eu mais gosto. (Se eu não puder mais
vê-la, se eu não puder mais tocá-la) a letra fala de um amor que já não está
mais com a gente. Acontece muito.
- “Green Green Grass of Home” – (Curly Putman)
A volta
pra casa ao descer do trem, tudo está como antes. A velha casa está de pé, Mary
vem descendo a rua. A velha árvore de carvalho, onde (eu) costumava brincar. A
canção foi gravada por uma penca de gente. De Tom Jones a Joan Baez passando
por Jerry Lee Lewis e Johnny Cash. Ouvi todas, mas prefiro a versão do rei. A
versão que impressionou Elvis foi a de Tom Jones.
Elvis
Presley - lead vocals
James
Burton - guitar
David Briggs - keyboards
Buddy Spicher - fiddle
Chip Young - guitar
Millie Kirkham - background vocals
Johnny Christopher - guitar
Weldon Myrick - steel guitar
Norbert Putnam - bass
Mike Leech - bass
Mary Holladay - background vocals
Tony Brown - keyboards
Ginger Holladay - background vocals
Duke Bardwell - bass
Ronnie Tutt - drums
Charlie Hodge - guitar, harmony vocals
Glen Hardin - keyboards
Jimmy Gordon - keyboards
Lea Berinati - background vocals
Considerações
Finais
Today é
um disco oficial, não se trata de uma coletânea, ou seja, Elvis realmente
entrou em estúdio para gravá-lo. O disco é de 1975 e impressiona pela qualidade
de som. Infelizmente, somente quem tiver a edição em vinil poderá sentir isso.
Isso me faz imaginar uma edição em vinil japonês, visto que as edições
japonesas são as melhores tanto na parte gráfica quanto na parte sonora. Boa
parte dos músicos que participam no disco são membros da TCB Band, banda que
acompanhava Elvis em seus shows.
Não tenho o costume de fazer isso editar quase uma semana depois, mas nesse caso achei melhor. Pra finalizar a minha foto com a roupa jumpsuit que o Elvis usa na capa desse disco.
Não tenho o costume de fazer isso editar quase uma semana depois, mas nesse caso achei melhor. Pra finalizar a minha foto com a roupa jumpsuit que o Elvis usa na capa desse disco.