NO DISC, NO FILMS

O segmento deste blog não é discos e filmes para baixar, embora eu farei comentários sobre discos e filmes que eu gosto e outros que eu não gosto mas acabei assistindo e extraindo algo de legal. Minha opinião pode não interessar para ninguém, mas... pensando bem, tem tanta gente por aí opina e escreve... sou apenas mais um. Apenas um aviso, meus comentários as vezes são corrosivos. Dizem na minha família que eu já nasci rabugento.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Acumulador Digital



Quem nunca baixou um filme, um CD, um DVD, uma música que seja, que atire a primeira pedra. Resisti por muito tempo na transição do formato LP para CD, do VHS para o DVD, por muito tempo enquanto pude. Com o passar do tempo, muitos títulos não eram mais fabricados e lançados aqui no Brasil. O tempo foi passando e só se ouvia: só importado, ah isso só em DVD, só em CD importado e por aí vai. O vinil mesmo foi fabricado pela última vez aqui por volta de 1997. A era digital chegava com força aqui e acabávamos ficando sem muita opção. Tive uma das primeiras frustrações quando fiquei sabendo do acústico do Paul McCartney. Um amigo meu me apresentou o material em fita e disse: Ah, meu irmão gravou de um amigo dele, isso só tem em CD. O Beatles Live At BBC também; se quisesse só em CD. Vinil só importado. Anthology então, vinil só o importado e triplo, só pra patrão. O último do Roberto Carlos a ser lançado em LP foi o disco do final de ano de 1996. Os sebos começavam a ficarem lotados de LPs, VHS, compactos... De 1996 até por volta de 2002, era a época de conseguir LPs raros, originais de época e por preços convidativos. Por outro lado, o digital ganhava força com os downloads disponíveis. Uma pessoa tinha um CD, ou DVD e jogava em um servidor para outras pessoas baixarem, ouvirem e decidir se comprava também o original ou não. Mais ou menos na mesma época, em qualquer boa feira sempre tinha uma barraca de CD. Caso não fosse possível encontrar CDs nas feiras, os CDs piratas eram facilmente encontrados nos melhores camelódromos do ramo.  Os CDs originais nas lojas eram caros e na barraquinha era possível comprar uns 3 pelo preço de um da loja. Claro, sem encarte, sem a parte gráfica. Pouco antes a febre eram as fitas k7 piratas que tomavam conta do mercado informal de música. Por volta de 2005 ou 2006 conheci o tão famoso download através do Orkut. Eu queria baixar um cd do Rod Stewart que eu não tinha, então pedi ajuda em um grupo no Orkut para entender como fazia para baixar um disco. Eu que sempre fui apaixonado pelos LPs, confesso que por volta de 2002, 2001 não tinha me animado nada com alguns CDs que era forçado a comprar como o Let It Be Naked dos Beatles, ou o Acústico do Roberto Carlos, ou até o Beatles Live At BBC. Aquela letra miúda no encarte, o papel brilhante que qualquer descuido já ficava as marcas de dedos, a caixinha de acrílico que facilmente quebrava... Cheguei a pensar: Esse é o futuro de colecionar música? Na era do download, muitos títulos que jamais tinha saído oficialmente, era facilmente encontrado nas redes sociais e fóruns especializados em música. Dos Beatles então uma coleção que me chamou atenção foi a A/B Road (83 CDs dos ensaios do projeto Let It Be). Do Roberto Carlos, muitas músicas que só haviam saído em compactos (claro que há muito já estavam fora de catálogo), os discos em espanhol, os discos em italiano e muitas músicas extraídas dos especiais de fim de ano. Ainda dos Beatles, para cada disco lançado oficialmente uma versão “alternate edition” com os takes que não entraram nos discos oficiais. Do Elvis, muitos e muitos shows gravados para a RCA e não lançados oficialmente, uma infinidade de outtakes dos discos oficiais também. E espaço pra armazenar tudo isso? Quem baixou na época e salvou, está sossegado até os dias de hoje. Quem baixou, ouviu e deletou, provavelmente nunca achou de novo para baixar. O downloader geralmente baixa mais do que escuta ou assiste. O download hoje perdeu força, comparado com alguns anos atrás. Hoje as plataformas digitais estão aí e a pessoa faz um serviço de assinatura e assiste filmes, programas de TV que perdeu, baixa CDs inteiros... O digital está tentando matar o analógico faz tempo e parece que está conseguindo. Muitos amigos meus já falam em cancelar suas TVs a cabo e muitos já tem suas smartTVs (ok, minha TV ainda é de tubo), onde podem assistir as coisas on line ou então em um pen drive. Eu fico pensando: qual será o futuro do colecionismo?

2 comentários:

  1. "Eu fico pensando: qual será o futuro do colecionismo?"
    Já era meu caro. Estamos na época do efêmero, ou das nuvens em que tudo é de todos. O digital conseguiu com tecnologia o que o comunismo nunca consegui com brutalidade e autoritarismos: o compartilhamento total, não importando e que classe social se pertença, ou seja, a verdadeira democracia. Pena que isso se limite ao conhecimento e não ao poder. Entretnato, quem sabe se com esse abastança de conhecimento não venha naturalmente o poder?

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    1. Pois é Serge. Segundo um grande amigo meu, a democracia mesmo o "Tá bom pra mim, pra vc então tá bom pra todos" não serve pra nada. O poder talvez até viesse naturalmente, se naturalmente existisse um QI muito forte.

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